UFC obtém aprovação de 87 bolsas de Produtividade em Pesquisa e amplia para 340 o número de professores PQ
- Segunda, 08 Janeiro 2024 13:26
Na mais recente chamada para concessão de bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Universidade Federal do Ceará (UFC) obteve aprovação de 87 bolsas PQ, entre novas e renovadas. Desse total, 25 contemplaram cientistas do gênero feminino. Agora, a UFC detém um total de 340 bolsistas PQ. O resultado da Chamada CNPq nº 09/2022 Bolsas de Produtividade em Pesquisa foi divulgado em dezembro último.
“Os nossos pesquisadores vêm ganhando cada vez mais protagonismo e reconhecimento em decorrência do número expressivo das bolsas aprovadas, baseados na contribuição científica, tecnológica e de inovação, incluindo patentes, coordenação ou participação em projetos e/ou redes de pesquisa; inserção internacional do proponente; participação como editor científico; participação em atividades de gestão científica e acadêmica; mérito científico do projeto”, comenta a pró-reitora-adjunta de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, Profª Cláudia do Ó Pessoa.
De acordo com a Profª Cláudia Pessoa, as bolsas PQ são uma das modalidades de bolsas oferecidas pelo CNPq que se destacam pelo fato de serem destinadas a pesquisadores que desfrutam de alto reconhecimento entre seus pares. Criada em 1976, as bolsas PQ passaram por várias alterações nos níveis e nos valores. Atualmente, as bolsas estão divididas e hierarquizadas nas seguintes categorias: Sênior (PQ-SR) e PQ (sendo as categorias subdivididas em níveis A, B, C, D e E).
Além da existência dos pré-requisitos gerais estabelecidos pelo CNPq para as concessões das bolsas, há ainda os critérios de qualificação definidos pelos Comitês de Assessoramento de cada área ou pelo Conselho Deliberativo (CD) do CNPq, no caso de pesquisador sênior.
A pró-reitora-adjunta da PRPPG informa ainda que a recente avaliação correspondeu aos últimos cinco anos (bolsa PQ-E) e 10 anos (bolsas A, B, C e D) da produção científica, formação de recursos humanos (RH), internacionalização e impacto inovador das pesquisas. A duração da bolsa Produtividade em Pesquisa da categoria/nível A é de até 60 meses, enquanto as bolsas das categorias B, C e D, de até 48 meses; e da categoria E, de até 36 meses. Os pesquisadores recebem, além da bolsa, o auxílio bancada, que visa colaborar no financiamento de pesquisas, na participação em eventos científicos, nos processos de editoração de suas publicações, entre outros benefícios.
DESTAQUES ‒ Vale ressaltar que, nessa chamada, a Profª Cláudia do Ó Pessoa, pesquisadora na área da Biotecnologia, subiu de nível de bolsista PQ-B para PQ-A, o mais alto da modalidade. O levantamento realizado pela PRPPG mostra também que das 87 bolsas aprovadas, 49 novas bolsas permaneceram no mesmo nível, com destaque para as quatro bolsas renovadas de nível PQ-A que contemplam os professores Aldo Ângelo Moreira Lima e Manoel Odorico de Moraes Filho, ambos do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de Medicina (FAMED); Joaquim Albenísio Gomes da Silveira, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Centro de Ciências (CC); e Marcos Venícios de Oliveira Lopes, do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Farmácia Odontologia e Enfermagem (FFOE).
Além disso, 17 pesquisadores bolsistas subiram de nível PQ em decorrência da elevada produção científica, acadêmica e internacionalização das pesquisas nos últimos 10 anos, entre esses a já mencionada Profª Cláudia do Ó Pessoa, única elevada do nível PQ-B para PQ-A.
Também como destaques estão cinco professores pesquisadores que subiram para o nível PQ-B: Breno Magalhães Freitas, do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias (CCA); Carlos Felipe Grangeiro Loureiro, do Departamento de Engenharia de Transportes do Centro de Tecnologia (CT); Guilherme de Alencar Barreto, do Departamento de Engenharia de Teleinformática do CT; José Carlos de Araújo, do Departamento de Engenharia Agrícola do CCA; e Mônica Oliveira Batista Oriá, do Departamento de Enfermagem da FFOE.
Mudaram de nível PQ-D para PQ-C os professores Carlos William de Araújo Paschoal, do Departamento de Física do CC; e Mônica Magalhães Cavalcante, do Departamento de Letras Vernáculas do Centro de Humanidades (CH).
O levantamento da PRPPG cita ainda as bolsas PQ2 que mudaram para D, sendo contemplados os professores Charles Casimiro Cavalcante, do Departamento de Engenharia de Teleinformática do CT; Danilo de Menezes Daloso, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do CC; Iran Eduardo Lima Neto, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental do CT; João Paulo Pereira Barros, do Departamento de Psicologia do CH; Luís Renato Bezerra Pequeno, do Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Design do CT; Rivelino Martins Cavalcante, do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR); e Roberto César Pereira Lima Júnior, do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da FAMED.
Foram destacados também os professores José Ederson Melo Braga, do Departamento de Matemática do CC; e Pedro Braga Neto, do Departamento de Medicina Clínica da FAMED, que mudaram de PQ2 para nível PQ-C, além da aprovação de uma bolsa PQ-SR para o Prof. Luiz Drude de Lacerda, do LABOMAR. E entre as 87 bolsas aprovadas, estão 49 que foram renovadas.
NOVOS BOLSISTAS ‒ As 21 novas bolsas PQ-E indicadas nas diferentes áreas de pesquisa foram consideradas pela PRPPG o ponto culminante, para a UFC, no resultado da Chamada CNPq nº 09/2022 Bolsas de Produtividade em Pesquisa. O que na visão da pró-reitora-adjunta da PRPPG representa o impacto da produção cientificada e formação de recursos humanos nos últimos cinco anos, apesar da dificuldade de manter a pesquisa durante a pandemia causada pela covid-19 e da escassez de recursos.
“Os novos bolsistas, na sua maioria, são jovens pesquisadores, com tempo aproximado de 10 anos de doutorado, cuja atividade de pesquisa são nas áreas de Música, Matemática, Agronomia, Odontologia, Geologia, Linguística, Arquitetura, Economia, Sociologia, Geografia, Saúde Coletiva e Genética. Esta última foi indicada pela primeira vez para o servidor técnico de laboratório nível D (médio), que tem contribuído fortemente na pesquisa oncológica junto a diferentes grupos de pesquisa, o Dr. Howard Lopes Ribeiro Júnior”, observa a Profª Cláudia Pessoa.
Na Chamada CNPq nº 09/2022 Bolsas de Produtividade em Pesquisa entre os novos bolsistas, está também a Profª Adeline Stervinou, do Curso de Música da UFC no Campus de Sobral. Ela, que é regente da Orquestra Sinfônica do Campus de Sobral (OSUFC Sobral) desde 2015 e integra o Grupo de Pesquisa em Música e Artes (PESQUISAMUS), tornou-se a primeira bolsista PQ na área de Música e em um campus do interior do Estado.
“Ter obtido a Bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq representa, para mim, o maior reconhecimento da comunidade acadêmica brasileira que um(a) pesquisador(a) pode alcançar, reconhecimento pelo trabalho de pesquisa realizado no longo dos últimos anos”, afirma a Profª Adeline. As áreas de concentração tratadas nas pesquisas dela são a cognição, a neurocognição e a educação musical.
“No projeto aceito para a bolsa PQ, trabalharei sobre as relações entre o olhar e a atividade cerebral do regente para com os músicos durante a execução de obras musicais para entender a influência da comunicação pelo olhar na transmissão de conhecimentos. Para isso, experimentos serão realizados utilizando dois dispositivos obtidos com editais FUNCAP, sendo um eye-tracker Pupil Invisible e um fNIRS Pioneer”, informa a pesquisadora.
A Profª Adeline informa ainda que será submetida para análise a proposta da criação do Mestrado Acadêmico em Música, com área de concentração em educação musical. “Caso aprovado, este curso de mestrado será o primeiro, não só no Estado do Ceará, mas também nos estados do Piauí, Maranhão e toda a Região Norte”, diz.
MULHERES CIENTISTAS ‒ A vice-reitora da UFC, Profª Diana Azevedo, comenta que agora a UFC conta com 16 bolsistas PQ-A, sendo quatro do gênero feminino: ela, a Profª Cláudia Pessoa e as professoras aposentadas do Departamento de Enfermagem Lorita Marlena Freitag Pagliuca e Thelma Leite de Araújo, o que representa 25% desse universo de 16 pesquisadores no topo da excelência.
Quanto ao número total – neste último edital indicadas nas diferentes áreas de pesquisa sendo 25 bolsistas PQ no gênero feminino em um total de 87 dá algo em torno de 20%. Embora esses percentuais fiquem um pouco acima da média nacional – em torno de 18% de cientistas PQ do gênero feminino –, a Profª Diana chama a atenção para a série de empecilhos que as pesquisadoras encontram ao longo da carreira que as impende de estar nas mesmas condições de competitividade que os homens. Entre os fatores limitantes está a dupla jornada, uma vez que a mulher, geralmente, é a responsável pelos cuidados de casa, filhos, pais etc.
“Esses empecilhos fazem com que elas se tornem menos competitivas, já que os indicadores utilizados nos editais são número de publicações, número de citações, número de projetos captados, e isso requer disponibilidade de tempo que as outras atribuições tipicamente assumidas pela mulher não permitem. Em outras palavras, isso é a falta de equidade, é a falta de iguais condições de competição [entre pesquisadores dos gêneros feminino e masculino]”, acentua a vice-reitora.
Nesse sentido, no dia 11 de fevereiro, quando é celebrado o Dia das Meninas e Mulheres na Ciência, a Academia Cearense de Ciência, que conta com um grande número de membros da UFC, e a Assembleia Legislativa do Ceará realizarão uma sessão solene para dar maior visibilidade ao trabalho das mulheres pesquisadoras. A Profª Diana informa também que deverá ser organizada uma audiência pública para discutir sobre essas questões que impactam o progresso da mulher em suas carreiras, especialmente a científica.
Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da UFC ‒ fone: (85) 3366 9943