Procurar no portal

8M: momento para fortalecer a luta das mulheres por equidade

O dia 8 de março, já há algum tempo, é marcado por mensagens de parabéns nas redes sociais e distribuição de mimos como rosas e chocolates entre as trabalhadoras de corporações públicas e privadas. Sem demérito aos presentinhos e afagos, quem conhece a real história por trás da data sabe que este é muito mais que um dia de celebração; é, antes de tudo, um dia de conscientização. O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, mas já era uma data comemorada na Europa e nos Estados Unidos desde o início do século XX. 

Em 1910, numa conferência de mulheres realizada na Dinamarca, a ativista, professora, feminista e política alemã Clara Zetkin propôs a criação de um dia especial em homenagem às lutas feministas. Vinte anos antes, ela já havia criado a revista A Igualdade, escrita por mulheres sobre questões que afligiam as trabalhadoras. 

Já na aurora do século XX, Clara propôs a criação de uma agenda anual de manifestações pelo direito de voto para as mulheres e melhores condições trabalhistas. Anteriormente, sem data específica, o 8 de março (8M) foi selecionado por ter sido o dia em que ativistas russas, em 1917, realizaram um movimento que ficou conhecido como "Marcha por pão e paz", tornando aquela uma data emblemática. 

Enquanto isso, no Brasil, as mulheres não tiveram direito a voto até 1932. Somente a partir de 1962 puderam trabalhar sem ter que apresentar permissão formal do marido e puderam portar seu próprio cartão de crédito apenas em 1974. Foi na Constituição de 1988 que as mulheres passaram a ser vistas pela legislação brasileira como iguais aos homens. 

Leis específicas que tratam da violência contra a mulher, da tipificação do feminicídio e da importunação sexual são conquistas do século XXI. Portanto, o 8 de março é dia de celebração de todos os avanços alcançados, mas também de reflexão sobre o caminho ainda a percorrer rumo à igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres, particularmente no mundo do trabalho. 

Na UFC, as mulheres representam 55% dos servidores técnico-administrativos, 44% dos estudantes e menos de 40% dos servidores docentes. A participação feminina se reduz entre servidores TAEs e docentes à medida que se consideram postos hierarquicamente superiores: elas representam 37% dos professores da categoria D (associado), e, por muito tempo, os cargos de direção da Instituição foram eminentemente ocupados por homens. Em 70 anos de história, a UFC nunca teve uma reitora.

A atual gestão afirmou fortemente seu compromisso com as mulheres ao estabelecer paridade de gênero entre os dirigentes de pró-reitorias; ao criar uma divisão de equidade, diversidade e inclusão na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP); ao constituir uma Comissão de Enfrentamento e Prevenção ao Assédio Moral e Sexual; ao permitir que mães estudantes alimentem seus filhos de até seis anos gratuitamente no Restaurante Universitário.

Neste 8 de março de 2024, festejamos todas as mulheres trabalhadoras da UFC por trazerem seus olhares e saberes à multiplicidade de ações que a Universidade comporta: no ensino, na pesquisa, na extensão e na gestão. Que elas possam desenvolver plenamente todo o seu potencial criativo e criador, que recebam flores e mimos, mas, antes de tudo, nosso respeito, valorização e reconhecimento.

Profª Diana Cristina Silva de Azevedo 

Vice-reitora da UFC 

Endereço

Av. da Universidade, 2853 - Benfica, Fortaleza - CE, CEP 60020-181 - Ver mapaFone: +55 (85) 3366 7300