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Série de eventos marca o Dia Internacional das Mulheres na UFC

Em referência ao Dia Internacional das Mulheres, a vice-reitora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Profª Diana Azevedo, participou, na manhã de sexta-feira (8), do evento “Maré de Mudanças”, organizado pelo Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR), que contou com uma programação sobre a atuação feminina nas ciências do mar e ambientais.

Imagem: Foto do público presente ao auditório do LABOMAR

A vice-reitora abriu os trabalhos com uma reflexão histórica sobre o papel das mulheres na ciência, destacando os desafios enfrentados ao longo dos séculos. “É incrível pensar que, na Idade Média, uma mulher que se aventurava a conhecer um pouco mais dos segredos da natureza, por exemplo, indefectivelmente, ia para a fogueira porque ela seria considerada bruxa. O que hoje a gente chama de ciência já foi motivo para condenação”, ponderou.

PERSPECTIVAS – Além disso, Diana Azevedo fez menção a mulheres pioneiras que no passado lutaram pelo direito à educação e pela emancipação feminina, como Nísia Floresta e Francisca Clotilde. Ela também abordou a situação atual das mulheres na UFC, destacando que, apesar de representarem a maioria entre a categoria técnico-administrativa, elas ainda são 44% das docentes. No entanto, a vice-reitora considera que está ocorrendo uma “maré de mudanças”, tanto na UFC quanto no contexto brasileiro, com cada vez mais mulheres ocupando posições de destaque na ciência e na tecnologia.

“Se a gente olhar para o cenário nacional, acho que nunca vimos mulheres em postos tão significativos para a ciência”, avaliou. No encerramento de sua participação, Diana Azevedo transmitiu uma mensagem de igualdade e ressignificação. “Tratar desiguais como iguais leva a algumas injustiças históricas. O que temos que desconstruir é que há profissões ou atividades que são deles ou delas. Nós podemos ser o que nós quisermos”, finalizou.

Imagem: Foto da vice-reitora Diana Azevedo em pé segurando um microfone e usando uma blusa preta e um blazer verde claro

Após a abertura, o evento prosseguiu durante todo o dia, com o objetivo de proporcionar diálogos, compartilhamento de saberes e o estabelecimento de contatos, com a inspiração por meio de histórias de sucesso de outras mulheres na ciência, evidenciando a força feminina no meio da pesquisa acadêmica. Com uma programação diversificada, dividida em sete temas, incluindo energia e inovação, o “Maré de Mudanças” contou com a presença de renomadas cientistas da UFC e de outras universidades, além de lideranças na gestão pública. Além disso, foi organizada uma roda de conversa com alunas dos cursos de graduação e pós-graduação do LABOMAR para debater os desafios e o engajamento das mulheres nas ciências.

AVALIAÇÃO – Jaqueline Mesquita, técnica de laboratório do LABOMAR e uma das organizadoras do evento, compartilhou a motivação para essa iniciativa. “A gente pensou em fazer um evento de mulheres cientistas, apresentando os trabalhos delas para toda a comunidade, para mostrar a força e o quanto a mulher é potente na ciência, com as produções excelentes dessas incríveis pesquisadoras que a gente tem aqui”, afirmou a servidora técnico-administrativa.

Já a doutoranda em Ciências Marinhas Tropicais Natália Beloto demonstrou a empolgação da comunidade acadêmica com o evento. “A gente fica muito feliz com a presença de todas as mulheres aqui no LABOMAR, porque é um passo muito importante para a gente se reconhecer como parte de algo muito grande. O nosso papel na sociedade é fundamental em todas as áreas”, acrescentou.

Imagem: Sala de vídeo do LABOMAR com os alunos sentados em carteiras assistindo à televisão

REPRESENTATIVIDADE – A aluna do sétimo semestre de Oceanografia Jucília Fragoso contou que foi a primeira mulher de sua família a sair de casa e mudar de cidade para estudar. Ela revelou acreditar que, assim como sugere o tema do evento, existe uma maré de mudanças relacionada à posição feminina: “Aqui dentro do LABOMAR, principalmente, que é a nossa casa, a gente se enxerga muito em outras mulheres que começaram pelo mesmo caminho que a gente, que enfrentaram os mesmos desafios dentro da educação”.

De acordo com a diretora do LABOMAR, Profª Lidriana Pinheiro, o evento “Maré de Mudanças” alcançou a meta de criar sinergia entre pesquisadoras experientes e jovens, estudantes, comunidade e mulheres dos setores público e privado que têm relações com a Universidade. “Nós estamos extremamente felizes com esse resultado, o que nos leva a crer que teremos outras edições do evento nos próximos anos, mediante o sucesso que ele alcançou na sua primeira edição”, ressaltou.

DEBATES – A roda de conversa “Atuação de mulheres em ciência e tecnologia: avanços e desafios” deu continuidade às atividades alusivas ao Dia Internacional das Mulheres na tarde de sexta (8), no Auditório Reitor Ícaro de Sousa Moreira, no Centro de Ciências (CC) da UFC. Sob a mediação da vice-diretora e coordenadora de Programas Acadêmicos do CC, Profª Cristina Carvalho, a atividade reuniu pesquisadoras convidadas para a partilha de experiências com o público a respeito da inserção feminina na carreira científica.

Em sua fala, a vice-reitora e pró-reitora de Relações Interinstitucionais da UFC, Profª Diana Azevedo, abordou aspectos multifatoriais da situação das mulheres na sociedade e de como elas têm conciliado a vida familiar e profissional, especialmente no meio acadêmico. “Temos conquistas, desde algo trivial como colocar as licenças-maternidade no Currículo Lattes, até, puxando para a gestão atual da UFC, permitir que mães estudantes levem seus filhos de até 6 anos para se alimentar gratuitamente no Restaurante Universitário”, declarou.

A vice-reitora trouxe para a discussão as relações de gênero e de que maneira as mulheres em posições de liderança podem servir de inspiração e de suporte para outras. “Isso me chama a atenção para a importância da sororidade, e para cair as nossas fichas desses vieses inconscientes e estruturais que carregamos do que é profissão de homem ou profissão de mulher, o que é competência e o que não é”, analisou.

Imagem: Foto da mesa de abertura com cinco pesquisadoras da UFC para abordar a inserção feminina na atividade científica

OPORTUNIDADES – A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação e ex-diretora do Centro de Ciências da UFC, Profª Regina Célia de Paula, aproveitou a ocasião para divulgar a abertura, ocorrida desde o final de fevereiro, das inscrições para o edital do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) – Mulheres na Pesquisa, com prioridade para formar jovens pesquisadoras.

“Esse edital foi lançado para alunas ou pessoas que se identificam com o gênero feminino em cursos nos quais temos menos de 30% de mulheres bolsistas, como no caso aqui do Centro de Ciências, nos cursos de Computação, Matemática, Estatística e Física. Esses 30% se refletem na pós-graduação, e temos de fazer essas análises para que possamos melhorar e incentivar as alunas a estarem e permanecerem no mestrado e no doutorado”, explicou a pró-reitora.

Segundo a Profª Silvia Maria de Freitas, do Departamento de Estatística e Matemática Aplicada (DEMA), apesar dos avanços recentes, hoje ainda persiste um desequilíbrio da presença feminina nos corpos discente e docente de áreas como as ciências exatas. “A gente precisa ter a representatividade feminina em todos os níveis, e devemos nos fazer presentes, exigindo a equidade de gênero na distribuição de cargos. Em virtude de todas essas discussões, os órgãos de fomento, de uma forma geral, estão exigindo em alguns setores, como nos editais para auxílio a eventos científicos, a equidade nas comissões científicas, na organização e no percentual de mulheres entre palestrantes e convidados”, ressaltou.

EXTENSÃO – A Profª Hilma Vasconcelos, do Departamento de Engenharia de Teleinformática, falou sobre a experiência de coordenar o projeto de extensão Mulheres em Ciência e Tecnologia, em parceria com outras docentes e pesquisadoras do Centro de Tecnologia e do Centro de Ciências. No projeto, voltado ao estímulo para a maior presença feminina nas áreas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática, na sigla em inglês), elas visitam escolas para apresentar experimentos científicos e inovações tecnológicas de forma lúdica, com o propósito de atrair jovens mulheres para o ensino superior e para a atuação profissional nessas áreas.

“Já há estudos mostrando que grupos de pesquisa diversificados, com homens e mulheres trabalhando, produzem melhores resultados do que grupos compostos apenas por homens ou apenas por mulheres. A ciência e a tecnologia são feitas de choque de ideias, e a gente precisa disso, trazendo as nossas necessidades e vivências”, avaliou.

Fonte: Vice-Reitoria da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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