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Segunda, 11 Março 2024 18:03

A Coordenadoria de Estágios e o Centro de Tecnologia (CT) da Universidade Federal do Ceará (UFC) promoveram, no último dia 8, no auditório Cândido Pamplona, no Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, um evento em alusão ao Dia Internacional da Mulher, com o tema “O papel das mulheres na engenharia e no empreendedorismo”. Como palestrantes estiveram a Profª Maria da Conceição Oliveira, da Coordenadoria de Empreendedorismo e Inovação da Pró-Reitoria de Relações Interinstitucionais (PROINTER); e a engenheira Vânia Neiva, gerente-geral de infraestrutura, oficinas e serviços de manutenção geral, da empresa Arcelor Mittal Pecém.

Abrindo o evento, o diretor do CT, Prof. Bruno Bertoncini, apresentou dados sobre a presença feminina na unidade acadêmica: atualmente, há 3.916 graduandos com matrícula ativa, sendo 873 mulheres. Em relação às mulheres matriculadas no CT, o Curso de Engenharia Ambiental possui o maior percentual de mulheres, 24%, e o Curso de Engenharia de Telecomunicações, o menor, apenas 4%. Em relação aos cursos, hoje a graduação do CT com mais mulheres é Engenharia Química, sendo 323 homens e 152 mulheres.  

Destacou o diretor que uma iniciativa recente da unidade, que visa estimular o maior ingresso de mulheres nas engenharias, é a criação da Diretoria-Adjunta de Equidade, Diversidade e Inclusão (EDI).  “Há uma série de demandas que a gente está buscando dentro da temática, como mesas-redondas, debates, intervenções e editais”, comentou.

Em seguida falou a Profª Maria da Conceição Oliveira, da PROINTER, que apresentou um panorama, através de dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e da Associação Brasileira de Startups, sobre a ainda reduzida presença de mulheres na criação e gestão de empresas. Cofundadora de uma startup com equipe 100% feminina e que só recebe estágios de estudantes mulheres, a 4WBiotec, a docente apontou a sobrecarga de tarefas como principal barreira para a mulher empreender nos dias de hoje.

“Um dos desafios é que a mulher tem uma jornada tripla de trabalho e, inclusive, vou mostrar que são poucas mães que estão em times de startups. Digo que nós, mulheres, somos ‘polvo’, fazendo um milhão de coisas ao mesmo tempo, e isso permite com que o homem tenha mais condições de se dedicar à empresa do que a mulher. Muitas de nós não fomos criadas para sermos empreendedoras, no máximo para termos a nossa profissão, e não donas do negócio. É preciso então uma mudança cultural nesse contexto”, disse.

A vice-reitora Diana Azevedo prestigiou o evento e comentou a parceria entre a Universidade e a empresa Arcelor Mittal para a elaboração de um programa de estágio voltado para mulheres. Logo após, a engenheira mecânica Vânia Neiva falou aos presentes sobre a sua experiência de 30 anos na siderurgia. “Quando passei na universidade, no Espírito Santo, foram 80 alunos e só tinha duas mulheres. Depois, quando entrei na siderurgia, fiz parte de um grupo de três engenheiras que eram as primeiras da empresa. Hoje, cheguei a ser gerente-geral nesse negócio ainda muito masculino. Na minha equipe, tenho 359 pessoas e só 39 são mulheres, mas é algo que não se pensava há um tempo.  A indústria e a siderurgia em particular são um negócio de pouca atuação feminina, mas as coisas estão mudando”, avaliou.

Fonte: Centro de Tecnologia – fone: (85) 3366-9600