Depoimentos de pesquisadoras e lançamento do Prêmio Lúmina marcam celebração do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
- Quarta, 12 Fevereiro 2025 17:02
- Escrito por UFC Informa
O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi celebrado na Universidade Federal do Ceará, na tarde dessa terça-feira (11), com o evento “Reinventando a Estrada: Vozes Femininas na Ciência”. A iniciativa aconteceu no auditório da Reitoria e contou com falas sobre os desafios e perspectivas para mulheres na pesquisa, bem como o lançamento do edital do Prêmio Lúmina – Mulheres Brilhando na Ciência da UFC, cujas inscrições abrem nesta quarta-feira (12) e seguem até 14 de março.
A solenidade teve início com a apresentação de um vídeo produzido pela Secretaria de Comunicação e Marketing - UFC Informa no qual são retratados perfis de mulheres que são destaque na pesquisa na Instituição. Logo após, a vice-reitora Diana Azevedo, no exercício da reitoria, fez a abertura oficial do evento, pontuando as ações da Universidade voltadas à equidade de gênero, como a criação, em 2023, da Divisão de Equidade, Diversidade e Inclusão, vinculada à Pró-reitora de Gestão de Pessoas (Progep). A gestora mencionou ainda o trabalho da Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e a aprovação de políticas afirmativas de apoio à maternidade de estudantes.
“Sem prejuízo da luta pela dignidade da mulher que é constantemente ameaçada, quer pela violência, quer pela pobreza, tirá-las da invisibilidade é preciso. Celebrar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência hoje neste auditório é um destes momentos em que acendemos os holofotes para enxergar as vitórias e os desafios que ainda se impõem rumo à equidade de gênero na ciência em todas as suas interseccionalidades”, declarou Diana Azevedo
Em sequência, a Profª Danyelle Nilin, do Departamento de Ciências Sociais, apresentou um estudo que avaliou as visões de jovens sobre o futuro profissional, envolvendo três mil alunos de escolas públicas de 16 cidades diferentes do Ceará. De acordo com a pesquisadora, apesar de as meninas que compuseram a pesquisa terem demonstrado maior interesse por carreiras relacionadas ao ensino superior, elas tinham uma menor crença de que conseguiriam realizar esse objetivo.
“Os meninos queriam algumas profissões que, inclusive, nem passam pela universidade, como jogador de futebol e empreendedor; a lógica era a de que os meninos queriam ser ricos e alguns diziam isso no questionário. As meninas queriam fazer uma faculdade, profissões que passam pela universidade, sobretudo de carreiras já consolidadas, porém os meninos são mais empoderados, eles têm uma fé de que vão conseguir muito maior”, comentou a pesquisadora.
Segundo a docente, mais da metade das meninas que integraram o estudo demonstrou receio sobre o próprio futuro, com a palavra “medo” sendo mencionada 58 vezes contra cinco vezes nas falas dos meninos. Para Danyelle Nilin, fatores como estereótipos e pressões sociais relacionadas aos trabalhos de cuidado inviabilizam as trajetórias profissionais de mulheres.
“A questão dos medos e do autoboicote são inviabilizadoras. Quando chega mais para a frente, aparecem as questões dos cuidados, e quando as meninas saem da escola, muitas vezes, é para cuidar de parentes, de filhos. Os meninos saem porque precisam trabalhar. Isso chama atenção e mostra como realmente precisamos trabalhar o Ensino Médio. A presença de mulheres na ciência se constrói na educação básica e a universidade precisa estar atenta a isso”, considerou.
Confira mais imagens do evento no Flickr da UFC
VIVÊNCIAS - O público ainda pôde conferir na solenidade os depoimentos de mulheres pesquisadoras de diferentes áreas: a estudante do curso de Engenharia da Computação Adauta Freire, que falou sobre sua experiência à frente do Grupo Women in Engineering; da pós-graduanda jamaicana Nadya Imani Newman, que abordou os desafios como estudante estrangeira; a enfermeira Paula Renata Lessa, que ressaltou a presença dos Técnicos Administrativos em Educação na pesquisa acadêmica; e a egressa do curso de Letras e professora Tóri Teixeira, que apresentou o seu trabalho com pesquisa oral intitulado "Psicodelia Nordestina".
Integrou ainda a programação do evento a doação, para o Sistema de Bibliotecas da UFC, de 10 exemplares do livro "Mulheres negras nas universidades - Reflexões insurgentes para uma escalada emancipatória", de autoria das pesquisadoras Adriana Araújo, Natália Viviane Menezes, Tainah Moreira e Juliana Avelar.
PRÊMIO LÚMINA - Posterior às falas, a coordenadora de Planejamento Estratégico e Avaliação da Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da PRPPG, Profª Lidiany Rodrigues, fez o lançamento do Prêmio Lúmina – Mulheres Brilhando na Ciência da UFC. A honraria visa reconhecer e celebrar as contribuições das pesquisadoras atuantes na UFC nas áreas de Ciências da Vida; Ciências Humanas; e Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinares.
O prêmio consiste em duas categorias: Lúmina Promessa Científica, destinado a pesquisadoras com até 15 anos de vínculo permanente com a UFC; e Lúmina Legado, para pesquisadoras com mais de 15 anos de vínculo permanente com a UFC. Mais detalhes podem ser conferidos no Edital do Prêmio Lúmina.
Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.