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Colação de grau 2024.2 do Campus de Quixadá: a Universidade como orientadora de caminhos

O desejo humano de se situar no espaço, compreender sua localização e direção, remonta às origens da civilização. Povos antigos já usavam pontos de referência naturais, como as montanhas, o Sol e as estrelas. Aliás, o verbo "considerar" tem a mesma raiz de “sideral” e vem do latim considerare, que significava algo como "observar junto com as estrelas", no sentido de prestar atenção aos astros para tomar decisões. Hoje, seguimos tentando nos orientar na Terra, no espaço sideral e na vida. E, para muitas pessoas, a Universidade pode funcionar como uma espécie de bússola, que não mostra um destino exato e fixo como um GPS, mas aponta direções.

Nessa terça-feira (29), na colação de grau do Campus de Quixadá da Universidade Federal do Ceará, 56 concludentes estavam um pouco mais cientes dos caminhos que pretendem percorrer ou não de agora em diante.

Imagem: estudante de beca posa para foto no Campus de Quixadá

Quando saiu de Tauá para cursar Engenharia de Software, Mateus Gonçalves se sentiu quase um extraterrestre ao chegar em Quixadá. Estava assim meio desnorteado, após já ter largado duas faculdades por não serem exatamente como ele gostaria. Mas foi ali, a cerca de 5 graus ao sul do Equador e 39 graus a oeste de Greenwich, que ele se encontrou consigo mesmo.

“Eu cheguei sem um objetivo de vida, e quando cheguei na Universidade, ela me mostrou um caminho. Algo profissional que eu podia seguir, tanto que eu até me emociono ao falar. Ter um rumo na vida é uma coisa difícil hoje em dia. E a UFC me deu isso: saber que eu estou seguindo o caminho certo”, localiza.

ESSA UFC É UMA MÃE – Agora devidamente situado na vida, Mateus transparece agradecimento quando fala da UFC. Perguntado sobre como vai se recordar desse período, ele não hesita: “A UFC foi uma mãe pra mim. Ela me acolheu e me deu um rumo”. E como aquele filho que não quer sair de perto da mãe, Mateus resolveu ficar, agora como servidor da instituição. Ele foi aprovado em um concurso para o cargo de analista de sistemas do próprio Campus de Quixadá, e aguarda apenas a nomeação para iniciar no novo trabalho.

Veja outras imagens da solenidade no Flickr da UFC

AO AVÔ, COM CARINHO – A trajetória de Carolina Meireles também foi orientada pela UFC, numa história que começou ainda antes de ela nascer. O avô dela também estudou na Universidade, onde concluiu o curso de Direito, em Fortaleza. Ela conta que, junto com a mãe, ele foi uma das figuras mais importantes da sua vida e a influenciou no hábito da leitura, no entendimento das pessoas e nos questionamentos existenciais. Assim, desde muito cedo ela tinha o sonho de estudar na UFC. Tanto é que, depois de se mudar para a Bahia, no início da adolescência, voltou a Fortaleza anos depois para fazer cursinho e entrar na Universidade. Meio na dúvida, resolveu cursar Design Digital em Quixadá.

Imagem: estudante de beca posa para foto no Campus de Quixadá

“Meu sonho era estudar na UFC, independentemente de onde seria. Vim pra Quixadá sem conhecer ninguém. Mas eu me encontrei aqui, fiz amigos que se tornaram minha família, foram até a Bahia e vivenciaram momentos da minha vida junto comigo”, compartilha. “Hoje eu já tenho uma carreira, já estou no mercado e já me sustento. Toda a minha vida mudou e foi graças a isso aqui, à existência desse campus e às pessoas que vieram pra cá”. Devido à saúde já debilitada, o avô não pôde comparecer à solenidade, mas acompanhou tudo pela Internet por meio de uma transmissão feita pelos amigos de Carolina. Afinal, em um campus da área de TI como o de Quixadá, o que não pode faltar é conexão, em todos os sentidos.

IRMÃOS GRADUADOS – Assim como muitos alunos do Campus de Quixadá, os irmãos Rayane Freitas e Joilson Freitas Júnior acordam diariamente antes das 5h da manhã, no município de Capistrano, que fica a 57 quilômetros de Quixadá. Seus pais, seu Joilson e dona Celma, também madrugam e levam os filhos na primeira parte do caminho. O restante é feito de ônibus. Na volta, muitas vezes já tarde da noite, é a mesma coisa no sentido contrário. Por isso, ter ambos colando grau no mesmo dia – ela em Design Digital e ele em Sistemas de Informação – foi uma vitória para toda a família.

“Apesar das dificuldades, sempre tentamos dar nosso melhor e nos manter firmes e fortes para chegarmos onde estamos agora. É realmente uma vitória e isso é muito gratificante”, diz Rayane. “A vontade de vencer, conseguir terminar e dar orgulho aos pais sempre foi maior. Foi isso que fez a gente continuar. Nossa meta era chegar nesse dia de hoje”, completa Joilson Júnior. E essa rotina vai prosseguir por mais um tempo, porque agora eles terão uma nova meta: ambos já foram aprovados para o mestrado em Computação e vão estudar na mesma turma.

Imagem: estudantes de beca posam para foto com os pais no Campus de Quixadá

RESPEITE QUIXADÁ! – Em um discurso politizado e contundente, Pedro Augusto Marinho, concludente de Ciência da Computação, falou sobre a importância da defesa constante da Universidade e destacou que mesmo com os “ataques da nova onda fascista em nosso país”, a UFC se consolida cada vez mais como uma das principais referências de conhecimento em âmbito nacional. Mencionou também a última greve de servidores técnicos e docentes, que, na avaliação dele, resultou em dificuldades para os estudantes, mas também conseguiu avanços para ambas as categorias. E concluiu destacando a força do Campus de Quixadá.

“Quixadá não é e não pode ser o ‘Vale do Silício brasileiro’. Não somos uma cópia barata de um jargão americano. Nosso campus é algo brasileiro, é algo cearense, temos nossa identidade, nossa cara e nossa produção intelectual. Temos alunos e professores de referência que merecem seu reconhecimento e sua valorização. [...] Nós, os formandos de hoje, temos como missão levar a UFC e o Campus de Quixadá para o mundo, não trazer o mundo para Quixadá.”

Imagem: concludente de beca, orador discente, discursa no púlpito

SONHAR E REALIZAR – Em seu discurso, o orador docente, professor Antônio Rafael Braga, falou sobre o poder da frase “eu sou”, ao frisar as inúmeras possibilidades que se abrem aos egressos da UFC. Salientou a importância da igualdade de gênero, incentivando as mulheres a ocuparem espaços e incitando os homens a uma masculinidade baseada em respeito e afeto. E ressaltou o poder dos sonhos.

“Nenhum sonho é pequeno demais. Nenhum obstáculo é grande demais. O futuro pertence a quem ousa dizer "eu sou o meu sonho" e age com determinação. Se hoje vocês são graduados, amanhã serão o que escolherem ser. Saiam daqui com a certeza de que carregam não apenas um diploma, mas a capacidade de transformar realidades. Lembrem-se: um diploma não define seu caráter. O que define é o que vocês escolhem fazer com o conhecimento que adquiriram. Escolham ser luz onde houver escuridão. Escolham, todos os dias, ser melhores.”

Imagem: orador docente de veste talar, professor discursa no púlpito

ORIENTAÇÃO QUE SEGUE – O reitor Custódio Almeida lembrou aos concludentes que estar formado vem acompanhado também da responsabilidade de carregar a história da UFC, pois a Universidade não está apenas nos seus espaços físicos, mas em cada egresso que ganha o mundo. “Por onde vocês forem, a UFC irá com vocês, dando suporte e respaldo a tudo que fizerem pelo caminho, e não tenho dúvida que a UFC continuará orientando as suas jornadas de trabalho, seus compromissos sociais e as suas vidas, pois vocês estão carregando os princípios e a missão desta Universidade”, garantiu.

Imagem: reitor discursa no púlpito

Colaram grau na solenidade estudantes dos cursos de Ciência da Computação, Design Digital, Engenharia da Computação, Engenharia de Software, Redes de Computadores e Sistemas de Informação. A cerimônia encerrou o ciclo de colações de grau do período letivo 2024.2.

Fonte: Secretaria de Comunicação e Marketing (UFC Informa) – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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