Ao completar dez anos, pesquisa da pele de tilápia é homenageada na Assembleia Legislativa do Ceará
- Quinta, 08 Mai 2025 11:01
- Escrito por UFC Informa
Em celebração aos dez anos da pesquisa sobre uso da pele de tilápia na medicina regenerativa, desenvolvida pela Universidade Federal do Ceará (UFC), a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) realizou, na noite da última terça-feira (6), sessão solene para homenagear profissionais envolvidos no projeto. O requerimento partiu do deputado Heitor Férrer, subscrito pela deputada Dra. Silvana e atendido pelo presidente da Alece, o deputado Romeu Aldigueri.
A sessão lotou o Plenário 13 de Maio com a presença de homenageados, gestores e representantes das instituições envolvidas, além de familiares e amigos. Empreendida pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC, a pesquisa, iniciada em 2015, mudou o panorama nacional de biomateriais, ao atestar o potencial cicatrizante da pele de tilápia e criar processos para transformá-la em um biocurativo eficiente e acessível – nos formatos de pele liofilizada, de matriz dérmica (scaffold) ou de colágeno puro.
Nos primeiros anos, a investigação obteve excelentes resultados no tratamento de lesões decorrentes de queimaduras de segundo e terceiro graus. Com o desenvolvimento da matriz dérmica, essa aplicabilidade expandiu-se para o uso cirúrgico em diferentes especialidades médicas e também na medicina veterinária. Produto mais recente da pesquisa, o colágeno puro promete expandir ainda mais esse leque.
Veja outras imagens da solenidade no Flickr da UFC
Abrindo as falas da noite, o deputado Heitor Férrer elogiou a capacidade técnica e a dedicação da equipe envolvida no projeto, além de mencionar prêmios e outros reconhecimentos alcançados pela pesquisa na última década – incluindo o Prêmio Euro de Inovação na Saúde, que em 2024 envolveu a comunidade médica de 17 países da América Latina. Férrer mencionou, ainda, a importância das instituições e empresas parceiras.
Já o médico Edmar Maciel, coordenador-geral da pesquisa da pele de tilápia e presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), recorreu ao audiovisual para trazer um pouco da história do projeto. Em um vídeo projetado durante a sessão, ele narrou etapas e marcos do trabalho, citando as contribuições de diversos colaboradores. “Não conheço nenhuma pesquisa, a nível nacional, que tenha números tão expressivos quanto os que alcançamos nesses dez anos. Isso é fruto de um trabalho de seriedade, humildade, respeito e dedicação de cada um de vocês”, comemorou.
Na sequência, foram entregues os certificados para colaboradores da pesquisa, entre eles o médico Odorico de Moraes Filho, professor da UFC, idealizador e coordenador do NPDM; a vice-reitora da UFC, professora Diana Azevedo; e o médico Edmar Maciel.
Também receberam certificados a professora e farmacologista Maria Elisabete de Moraes, coordenadora do Centro de Pesquisa Clínica do NPDM; a coordenadora do setor de Odontologia e Histologia da Pesquisa da Pele de Tilápia, Ana Paula Negreiros Nunes Alves; a coordenadora do setor de Enfermagem da Pesquisa da Pele de Tilápia, Camila Barroso Martins; e os coordenadores do Laboratório de Desenvolvimento de Produtos da Pesquisa da Pele de Tilápia, Carlos Roberto Koscky Paier e Felipe Augusto Rocha Rodrigues.
A lista incluiu o advogado do IAQ e da Pesquisa da Pele de Tilápia, Diego Monteiro Maciel Lima; o pró-reitor da Pró-Reitoria de Inovação e Relações Interinstitucionais da UFC (Prointer), professor Barros Neto; e o primeiro paciente da pesquisa da pele de tilápia e vítima de queimadura, Josué Corrêa Bezerra Júnior.
Na fala final da sessão, a vice-reitora da UFC, Diana Azevedo, destacou o processo de aprendizado vivido não apenas pelos pesquisadores, mas pela própria universidade, sobretudo na etapa atual de licenciamento para exploração de patente da pele de tilápia liofilizada – trabalho liderado pela Prointer, por meio da Agência de Inovação (UFC Inova).
“Com essa pesquisa, a universidade aprendeu que seu papel vai muito além de gestar e parir inovação; é preciso administrar esse conhecimento convertido em produto, processo, técnica ou software, em benefício da sociedade e da própria instituição. A inovação tecnológica, no seu sentido mais amplo, demanda um tripé bem equilibrado de aspectos e habilidades: legais, científico-tecnológicos e mercadológicos”, resumiu Diana.
“Ao longo desses dez anos de resultados e conquistas, a UFC amadureceu na sua forma de fazer gestão da inovação, na sua forma de analisar juridicamente os direitos e obrigações envolvidos, no seu modo de prospectar o que a sociedade demanda e o que a tecnologia oferta”, seguiu, antes de encerrar congratulando toda a equipe técnica responsável pelo trabalho de gestão de ativos intelectuais da UFC.
Presidida pelo deputado Heitor Férrer, a mesa da sessão foi composta por Edmar Maciel; Odorico de Moraes Filho; Diana Azevedo; Francisco José de Abreu Machado, secretário de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza, representando o prefeito Evandro Leitão; Luiz Gonzaga de Moura Júnior, médico e presidente da Academia Cearense de Médicos Escritores; Marcos Aragão, presidente da Unimed Fortaleza; José Nunes de Almeida Neto, presidente da Enel Ceará; e o desembargador Washington Luis Bezerra de Araújo.
Fonte: Secretaria de Comunicação e Marketing da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.