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Curso de Engenharia Química da UFC comemora 60 anos recordando o passado e projetando o futuro

Histórias de trabalho, laços de amizade e compromisso com o valor do conhecimento marcaram o encontro que celebrou os 60 anos de criação do curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Ceará (UFC). A ocasião reuniu alunos, egressos e professores ativos e aposentados no último dia 19 para uma mesa realizada no Auditório Cândido Pamplona, no Centro de Tecnologia, no Campus do Pici.

Convidados pela comissão organizadora, participaram a professora do curso e vice-reitora da UFC, Diana Azevedo; a docente aposentada Assunção de Maria Pinho de Paiva Timbó; o professor emérito Antônio Eurico Belo Torres; e o egresso Jader Fernandes, sócio-diretor da Lion Mining.

Antes da conversa, outros professores e gestores fizeram breves falas de apresentação. “Sou filha desta casa, completo 15 anos de UFC em 2025”, comentou a coordenadora do curso, Andréa da Silva Pereira, que possui graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Química pela UFC.

Imagem: Quatro pessoas estão sentadas atrás de uma mesa em um auditório, participando de uma mesa-redonda. Duas mulheres usam camisetas roxas com o logo dos 60 anos do curso de Engenharia Química da UFC, enquanto um homem de camisa azul clara e outro de camisa branca também compõem a mesa. Ao fundo, um telão exibe a mensagem “Evento de 60 anos da Engenharia Química”.

Se hoje a UFC está entre as melhores instituições do país no ensino de engenharias, é pelo esforço de todos, inclusive daqueles que nos antecederam”, pontuou a coordenadora, mencionando contribuições como a do professor Expedito Parente, falecido em 2011, criador do método de produção do biodiesel.

Assim como ela, o professor Pedro Felipe Silvino, chefe do Departamento de Engenharia Química, também tem graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Química pela UFC. “O curso se destaca pelo aspecto da atualidade, estando sempre alinhado com as novas tecnologias. E assim pretendemos continuar, sempre com a responsabilidade de manter a qualidade do ensino e da pesquisa”, pontuou.

PROFISSÃO DO FUTURO – Para o professor Bruno Vieira Bertoncini, o curso deixou um legado para as engenharias da UFC, além de uma contribuição significativa para a sociedade cearense, sobretudo no setor industrial. Já a professora Luciana Gonçalves ressaltou a importância da engenharia química no atual cenário de desafios ambientais e energéticos. “É a profissão do presente e do futuro, porque somos capazes de modificar e transformar nossa atuação”.

A mesma avaliação permeou a fala da vice-reitora Diana Azevedo, quando perguntada sobre o que mais lhe motiva atualmente na área de engenharia química. “É uma engenharia que ainda passa a impressão de muito poluidora do planeta. Mas, na verdade, o curso oferece uma formação generalista e sólida ao mesmo tempo, que permite ao profissional olhar para várias direções”, explicou.

“É possível usar os conhecimentos para trabalhar em soluções sustentáveis, interagir com outras engenharias, como a de alimentos. Isso me motiva, essa possibilidade de conversar com diferentes setores”, completou.

Imagem: Uma mulher de óculos e cabelos cacheados grisalhos fala ao microfone, sorridente. Ela veste uma camiseta roxa com o logo dos 60 anos do curso de Engenharia Química da UFC. Ao lado dela, outros três integrantes da mesa-redonda acompanham atentos.

Docente da UFC há 32 anos, Diana é pesquisadora PQ-1A do CNPq e já foi chefe de departamento e coordenadora do curso de Engenharia Química e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da UFC, além de vice-diretora do Centro de Tecnologia.

É um orgulho para a instituição contar com um curso como o de Engenharia Química. Já tivemos, por exemplo, vários professores que ocuparam cargos em comitês de assessoramento, em órgãos como CNPq, Capes e Funcap, professores que lideram ou participam de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia”, elogiou.

"CAUSOS" – Sobre lembranças ou experiências marcantes, a vice-reitora recordou mudanças empreendidas no curso e até uma conversa difícil que precisou ter com um colega docente quando era coordenadora. “A disciplina dele, Mecânica dos Fluidos, tinha alto nível de reprovação. Coube a mim falar sobre isso. Detalhe: eu havia sido aluna dele!”, contou. Eventualmente, Diana assumiu a tal disciplina. “No primeiro dia de aula, quem era a primeira pessoa na sala? O professor”, contou, entre risos.

Imagem:Um homem de barba, com camisa branca, sorri enquanto fala ao microfone. Ao seu lado está uma mulher de óculos e cabelos curtos, também de camiseta roxa dos 60 anos do curso de Engenharia Química da UFC. Ambos participam da mesa-redonda no evento comemorativo.

Já para o egresso Jader Fernandes, a lembrança principal é a bagagem robusta que o curso lhe proporcionou. “São conhecimentos que servem para qualquer caminho profissional. Não conheço ninguém da minha época que não esteja atuando profissionalmente. Óbvio, tinha os desafios, as notas nem sempre boas, mas tudo foi lição aprendida”, observou.

MEMÓRIA – Na conversa, foram abordados ainda aspectos da evolução do curso – desde os primeiros anos, quando ainda era Instituto de Química e Tecnologia (IQT), em 1958. Em 1963, o IQT incorpora os cursos de licenciatura e bacharelado em Química, criados dois anos antes. Em 1964 é instaurado o curso de Química Industrial e, na sequência, em 1965, o curso de Engenharia Química.

“Uma dificuldade desse começo é que não tínhamos professores engenheiros químicos, eles eram formados em Química ou Engenharia Mecânica. O primeiro docente engenheiro químico foi Expedito Parente, que veio do Rio de Janeiro”, lembrou a docente Assunção de Maria Pinho de Paiva Timbó.

Egresso da terceira turma, de 1971, o professor Eurico Torres também recordou as dificuldades do início e o trabalho necessário para superá-las. “Na minha época as disciplinas eram ministradas por alunos que as haviam concluído anteriormente. Tínhamos uma estrutura precária de corpo docente e de instalações”, contou.

A criação do Departamento de Engenharia Química, em 1986, foi um marco. “Ainda tínhamos poucos professores, era preciso esperar os docentes se aposentarem para abrir vaga para os engenheiros químicos”, rememorou.

“A partir daí o departamento foi evoluindo com muito cuidado e trabalho, sempre permitindo aos servidores se afastarem para suas pós-graduações. Eventualmente, nossos concursos passaram a exigir nível de doutorado. Até que, em 2001, criamos o mestrado”, completou o professor.

Hoje o curso de Engenharia Química contabiliza 1.131 engenheiros formados, 319 alunos ativos e 19 professores, e tem nota 4 (da máxima de 5) pelo Ministério da Educação (MEC). Já o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da UFC tem nota máxima (conceito 7) pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Fonte: Secretaria de Comunicação e Marketing da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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