- Quinta, 30 Outubro 2025 10:02
- Escrito por UFC Informa
Estudantes do Campus de Quixadá da Universidade Federal do Ceará (UFC) foram os vencedores da Etapa Estadual da 3ª Edição do Desafio Liga Jovem do Sebrae, realizada de forma online nos meses de setembro e outubro deste ano. O grupo desenvolveu o Dotly, um protótipo de display eletrônico em Braille que se conecta a smartphones e transforma qualquer livro digital em uma experiência de leitura tátil. O projeto alia tecnologia e inclusão, oferecendo uma alternativa de baixo custo para pessoas com deficiência visual acessarem conteúdos digitais.
A equipe, formada por Guilherme Barros, Marcos Vieira, Felipe Feitosa Teixeira e José Adrian, do curso de Engenharia de Computação, e Diogo Gaspar, do curso de Design Digital, contou com a orientação do professor Wesley Sabino. Com o resultado, o grupo conquistou uma vaga na Etapa Nacional da competição, que ocorrerá em novembro, em Belém, no Pará.

Segundo o estudante José Adrian, a conquista representa um reconhecimento importante. “Essa vitória representa mais do que apenas o avanço em uma competição, ela simboliza o reconhecimento da qualidade e inovação do nosso projeto, pois a Liga Jovem busca soluções empreendedoras para problemas reais”, afirma.
O estudante Guilherme Barros, líder do grupo, ressalta o empenho coletivo e o sentimento de orgulho pela trajetória até aqui. “Como líder da equipe, fico muito orgulhoso de ver o quanto cada um se dedicou em cada etapa. Agora vamos com ainda mais energia para a semifinal da Etapa Nacional, prontos para representar não só a UFC, mas também o nosso estado”, destaca.
Para o orientador, professor Wesley Sabino, o maior valor do desafio está no estímulo à inovação entre os estudantes. “No Desafio Jovem, a maior vitória não é o prêmio, mas a faísca que acende: a inspiração para que outras turmas, iniciantes e avançadas, tirem suas grandes ideias do papel”, observa o docente.
INOVAÇÃO E INCLUSÃO - A ideia do Dotly surgiu a partir da identificação de uma lacuna no mercado de leitura digital. Enquanto dispositivos ampliaram o acesso à leitura, pessoas com deficiência visual ainda enfrentam barreiras significativas para acessar livros digitais. Desta forma, o projeto busca democratizar o acesso à leitura e promover inclusão social por meio da tecnologia assistiva.
De acordo com o professor Wesley, o contexto nacional reforça a importância da iniciativa: no Brasil, mais de meio milhão de pessoas são cegas, e apenas 2% dos livros disponíveis estão em Braille, o que evidencia a necessidade de soluções tecnológicas inclusivas.O docente destaca que um dos diferenciais do Dotly será o custo acessível, inferior ao dos dispositivos concorrentes.
A proposta também se destaca pela inovação tecnológica. O projeto envolve o desenvolvimento de hardware e software próprios e se baseia no princípio de “transformar pixels em Braille”, como explica o docente. Essa tecnologia converte texto digital em uma interface tátil de baixo custo.
PRÓXIMOS PASSOS - Além da preparação para a Etapa Nacional do Desafio Liga Jovem do Sebrae, a equipe já projeta o desenvolvimento da startup que dará continuidade ao projeto. O grupo pretende lançar um MVP (Produto Mínimo Viável), que será testado em ONGs e escolas, permitindo que o dispositivo seja validado em situações reais de uso.
Segundo o professor Wesley Sabino, essa etapa de validação em campo é essencial para aprimorar o protótipo e gerar dados importantes sobre a interação humano-computador de pessoas com deficiência visual.
“Os testes permitirão aperfeiçoar o Dotly e oferecer informações valiosas para o desenvolvimento de tecnologias assistivas cada vez mais eficazes e acessíveis”, explica o docente.
Fonte: professor Wesley Sabino, do Campus da UFC em Quixadá - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.