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App Mauc: Museu de Arte da UFC lança aplicativo de acessibilidade artística como ferramenta de inclusão para pessoas com deficiência visual

O Museu de Arte da UFC (Mauc) lançou, nesta sexta-feira (19), um aplicativo de acessibilidade artística e cultural, unindo tecnologia e práticas pedagógicas para inclusão de pessoas com deficiência visual total ou com baixa visão. Produto inédito no Ceará, o App Mauc é um audioguia que reúne audiodescrição, áudios em inglês e áudios gerais sobre o conjunto de obras do circuito expositivo.

Imagem: mulher segurando celular com o aplicativo do Mauc

Em construção desde 2020, o aplicativo do Mauc visa promover acessibilidade e internacionalização de acervo cultural e artístico. O produto contou com a colaboração de setores e projetos da Universidade Federal do Ceará (UFC), como o Programa de Promoção da Cultura Artística (PPCA), a Universitária FM e o Instituto de Arquitetura e Urbanismo e Design (IAUD), além da Universidade Estadual do Ceará (Uece), parceria interinstitucional na difusão da arte e da cultura cearenses.

A servidora Kathleen Silveira, do Núcleo de Comunicação do Mauc, apresentou a proposta do aplicativo na Sala Aldemir Martins. “Esse projeto envolveu várias pessoas, parcerias como a Uece, além dos projetos aqui da UFC. Tudo isso para fazer dar certo uma ferramenta que possa trazer as pessoas com deficiência visual pro museu, através das peças táteis e das audiodescrições do aplicativo”, destaca.

Imagem: pessoas reunidas no espaço museológico do Mauc, na sala Aldemir Martins

O aplicativo pode ser acessado através do QR Code disponível no espaço museológico ou por link no site do Mauc. O projeto da UFC chama a atenção para a importância da audiodescrição detalhada e do recurso tátil, permitindo que o visitante identifique elementos figurativos. Kiko Targino é deficiente visual há 13 anos, consequência de um tumor no nervo óptico. Ele conta como foi sua experiência sensorial nas obras de Aldemir Martins. “Eu achei muito bem feito. A peça tátil está bem nítida e a audiodescrição está bem feita. Isso ajuda a reconhecer uma obra no museu”, relata.

Ariel Loiola tem deficiência visual há oito anos, devido a uma retinopatia diabética. Ela compartilha sua experiência com a acessibilidade em espaços culturais. “A gente sempre precisa de ferramentas como a audiodescrição, isso ajuda bastante porque além de perceber as cores, os detalhes, a gente vai pegando e vai imaginando. Aqui, por exemplo, é a mulher rendeira, o pescoço dela, o ombro, os braços. Eu vou imaginando", descreve.

Ariel e Kiko são artistas e fazem parte de um projeto iniciado no Instituto dos Cegos, em Fortaleza, sob coordenação do artista visual Dias Brasil. Ele conta que os alunos do projeto DB7Arte desenvolveram trabalhos autorais. Kiko desenha e pinta árvores e Ariel se expressa através do desenho e pintura de rostos. O projeto já atendeu mais de 30 pessoas, entre pessoas com deficiência visual, Síndrome de Down, Transtorno do Espectro Autista, e pessoas em tratamento oncológico.

Imagem: Homem fazendo leitura em peça tátil de uma obra de Aldemir Martins

A estudante Giovanna Olivati, do curso de Design da UFC, participou da construção do App Mauc. “Dentro do aplicativo, a gente mudou a parte do design, as cores, principalmente para pessoas com baixa visão, pessoas com daltonismo. E a gente foi ajeitando essas cores e a tipografia. Fiz a logo do aplicativo e toda a divulgação também”, relata Giovanna.

Já Mateus de Aquino, aluno de Sistemas e Mídias Digitais da UFC, também contribuiu para a realização do projeto. “Eu trabalhei mais diretamente com a parte de programação, aplicar esse novo design no site inteiro, adicionar novas funcionalidades, por exemplo, áudios em inglês. Realizei adequações para acessibilidade, como a inclusão de texto alternativo nas imagens para que as pessoas com deficiência visual consigam transitar entre todas as páginas tranquilamente”, afirma Mateus.

Fonte: Museu de Arte da UFC (Mauc) - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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