Reitor realiza palestra sobre inclusão e inovação, e vice-reitora participa de mesa sobre desafio climático no último dia dos EU 2023
- Sexta, 10 Novembro 2023 17:13
O reitor da Universidade Federal do Ceará, Prof. Custódio Almeida, na manhã dessa sexta-feira (10), realizou a palestra “Inovação e Inclusão no Ensino Superior” na programação dos Encontros Universitários (EU 2023). Promovida pela Escola Integrada de Desenvolvimento e Inovação Acadêmica (EIDEIA), a atividade ocorreu no Auditório do Condomínio de Empreendedorismo e Inovação, no Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, em Fortaleza. A palestra foi introduzida pela diretora da EIDEIA, Profª Maria Elias Soares, que deu as boas-vindas ao público.
No início de sua exposição, Custódio Almeida argumentou que inovação e inclusão são dois termos que precisamos compreender para saber como articulá-los. No contexto dos Encontros Universitários, avaliou como positiva a realização do evento, neste ano, em seu retorno ao presencial, o que, segundo ele, significou à UFC voltar “a sentir o gosto de se reencontrar, se atravessar e se misturar, e, para conquistar a visão de conjunto, sair da nossa área [de conhecimento] ao encontro das outras áreas”.
O reitor se dirigiu à plateia, provocando-a a pensar sobre a temática.“Se a gente pensar nesses dois conceitos [inovação e inclusão], queria perguntar para vocês se está claro o que significa incluir. Qual é a nossa capacidade de escutar? Se não temos a capacidade de escutar, ainda estamos longe de sermos capazes de incluir. Como se dá a relação professor-aluno? Como é que a gente se encontra na universidade no nosso cotidiano?”, indagou.
Ao abordar as experiências de aprendizagem cooperativa e de formação docente desenvolvidas na UFC, Custódio defendeu que, na última década, houve mudanças profundas no ensino superior, a partir da aprovação da Lei de Cotas (Lei Federal nº 12.711/2012). De acordo com o dirigente, além da inovação tecnológica, por meio de pesquisas e do atendimento a demandas do mercado, a universidade brasileira tem ainda o desafio de promover a inovação social.
“Falar aqui sobre inclusão e inovação é falar de uma outra universidade que a gente está vivendo. A Lei de Cotas fez com que a Universidade passasse a ser um espelho da diversidade social. A gente precisa encontrar um modelo de estar na universidade e estar [também] nos territórios e nas periferias. A inovação social depende da nossa capacidade de caminhar juntos, de escutar o diferente e de produzir junto”, refletiu.
SUSTENTABILIDADE - Ainda na manhã desta sexta-feira (10), a vice-reitora da UFC, Profª Diana Azevedo, recebeu Andrew Forrest, CEO da empresa australiana Fortescue para ministrar a palestra "Umidade letal: o maior desafio climático da humanidade". O evento aconteceu no Auditório da Reitoria, e contou com a presença de representantes do governo estadual e membros da Fortescue, da comunidade acadêmica e da sociedade civil.
A Fortescue é uma mineradora australiana que está investindo em transição energética no Ceará e é, atualmente, a companhia que está com processo mais avançado para começar a produzir hidrogênio verde em larga escala do Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Na última quinta-feira (9), foram divulgados investimentos no empreendimento da ordem de 5 bilhões de dólares. O projeto apresenta o potencial de gerar diariamente 837 toneladas de hidrogênio verde, utilizando 2.100 MW de energia proveniente de fontes renováveis.
ENERGIA LIMPA - Durante a palestra, Andrew Forrest apresentou dados alarmantes sobre os perigos do aquecimento global e os impactos do aumento da umidade, destacando também os efeitos catastróficos desses fenômenos para a vida humana e animal e para áreas como segurança alimentar e economia.
Apesar de abordar as ameaças climáticas, o executivo enfatizou que o propósito principal da palestra era apontar soluções. Compartilhou a experiência da sede da Fortescue, na Austrália, onde, segundo ele, está sendo feita uma completa descarbonização, eliminando o uso de combustíveis fósseis em suas instalações. “Nós sabemos que se nós conseguimos, todas as outras empresas industriais do mundo conseguem também. Não é uma tecnologia tão avançada, sabe? Solar, eólica, eletrolisadores, células de combustíveis de hidrogênio, são tecnologias comuns”, comentou.
Andrew Forrest afirmou que o momento é uma oportunidade histórica para o Brasil, destacando que o país pode se tornar uma das maiores indústrias de energia verde do mundo. "O mundo vai virar seus olhos para o Brasil, porque vocês são um país vulnerável, o Estado do Ceará é muito vulnerável a essas ameaças [do aquecimento global], e eu acho que com essa liderança, no Brasil e no Ceará, a gente pode optar por uma solução econômica muito forte", explicou.
A vice-reitora Diana Azevedo enfatizou a relevância desse encontro para a sociedade ressaltando o alinhamento político entre o setor acadêmico e o empresariado. "O desafio agora é que essa energia sirva ao planeta, gerando bem-estar e riqueza em nosso estado e país", declarou.
Fonte: Gabinete da Reitoria da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.