Hospital Walter Cantídio alcança marca de 1.000 transplantes de fígado realizados
- Terça, 19 Agosto 2014 16:29
O Serviço de Transplante de Fígado do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) alcançou, na tarde desta segunda-feira (18), a marca de 1.000 transplantes realizados. O procedimento, conduzido pela equipe do cirurgião Huygens Garcia, durou cerca de seis horas e foi iniciado pelo cirurgião João Batista Marinho e demais membros do Serviço. O paciente de 63 anos é do sexo masculino e veio de Belém (PA) há quatro meses, diagnosticado com cirrose de causa desconhecida, associada a um nódulo maligno de estágio inicial.
Através da parceria entre o HUWC e a Central de Transplantes do Estado do Ceará, foi possível, em tempo hábil, viabilizar o trajeto do órgão – doado de paciente de 73 anos falecido de causas naturais, na região do Cariri. O feito acontece 12 anos depois do primeiro transplante de fígado realizado pelo HUWC, em 18 de maio de 2002.
Todo o processo sempre ocorre em três etapas: a captação do órgão doado; a retirada do fígado doente – que requer cautela para evitar complicações, como sangramentos –; e, por fim, o implante do novo fígado, com todas as suas conexões para que o "novo" órgão receba sangue e inicie sua função.
"Até a total implantação não temos certeza de que o órgão vai funcionar, então uma alegria que sentimos é quando vemos o fígado funcionando. Em 5% dos casos, isso não acontece e não se sabe o porquê. Nesses casos, é necessário retransplantar o órgão com urgência", explica o cirurgião João Batista Marinho, que deu início ao transplante de número 1.000.
MAIOR CENTRO DO BRASIL – Com mais este feito, o Centro de Transplante de Fígado do Ceará se consolida como principal centro transplantador no cenário nacional. Recentemente, de acordo com o cirurgião Huygens Garcia, foram divulgados os números do primeiro semestre de 2014 e o HUWC continua sendo o maior centro de transplante de fígado do Brasil. Apenas no primeiro semestre, a equipe realizou 71 procedimentos, enquanto o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, realizou 56 e o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), considerado o maior da América do Sul, registrou 51 transplantes.
"Esse momento representa uma grande satisfação. Somente este ano, até agora, já fizemos mais de 90 transplantes e ficamos felizes em poder propiciar condições de tratamento a essa população que apresenta uma doença grave no fígado, uma vez que até pouco tempo não havia esse recurso aqui no Ceará e o paciente precisava se deslocar até São Paulo. Hoje já não há mais essa necessidade. Cerca de 60% dos pacientes que transplantamos são de outros estados e recebemos em torno de 15 novos pacientes a cada semana", disse Huygens.
O sucesso na realização de transplantes no HUWC é resultado do trabalho de uma equipe formada por oito cirurgiões, cinco hepatologistas, dois intensivistas e enfermeiros, instrumentadores cirúrgicos, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem, além de outros profissionais, "uma vez que o paciente precisa ser tratado em todo esse contexto de multidisciplinaridade", ressalta Huygens.
NOVIDADE – Vislumbrando o futuro ao falar em transplante de fígado no HUWC, Huygens Garcia destaca a realização do transplante intervivo, quando apenas parte do órgão de um doador vivo é transplantado no paciente necessitado. Isso ocorre, por exemplo, em crianças, pois se encontram poucos doadores para essa faixa etária. "Muitas vezes a quantidade de doador falecido não é suficiente para suprir a demanda e, em casos especiais, parentes de primeiro grau como pai, mãe e irmãos podem doar parte de seu fígado para aquele membro da família necessitado", diz.
Segundo o médico, o novo procedimento ainda não tem data para ser iniciado no HUWC. Porém, tão logo os novos leitos de UTI atualmente em obras estejam concluídos, será possível colocar em prática essa nova modalidade.
Fonte: Divisão de Imprensa e Marketing dos Hospitais Universitários da UFC – fones: 85 3366 8183 e 8116 5042