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Seminário apresenta troca de experiências em saúde comunitária entre Brasil e África

Imagem: Mesa de autoridades acadêmicas do eventoTrazendo como destaque as experiências na implementação do programa de agentes de saúde em Angola e as conexões com a prática realizada no Brasil, foi realizado, nesta segunda-feira (19), o I Seminário Desenvolvimento, Desigualdade e Cooperação Internacional em Saúde, no auditório da Reitoria. Além de promover o debate sobre o tema, o simpósio foi marcado por emoção durante o lançamento do livro Os sanitaristas de Jucás e o agente de saúde, que homenageia Carlile Lavor e Miria Campos Lavor, casal de médicos que marcou a história da saúde pública do Ceará.

 O Reitor Henry Campos falou da honra de a Universidade Federal do Ceará sediar o evento e destacou a necessidade de se lutar pela manutenção e ampliação das conquistas alcançadas nos últimos anos no sistema público de saúde brasileiro. Destacou ainda o compromisso que o Brasil tem com os países da África. "Nós devemos, portanto, aproveitar essas oportunidades de cooperação, especialmente com os países africanos de língua portuguesa", afirmou.

Veja outras imagens do evento no Flickr da UFC

A troca de experiências foi construída através do painel "Desigualdades em saúde e o agente de saúde". O consultor independente do Ministério da Saúde de Angola e ex-consultor da Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Nkanga Guimarães, apresentou o processo de implementação dos agentes de saúde em seu país e avaliou os avanços e desafios do programa, que contou com a inspiração do modelo brasileiro. Angola é um país com 25 milhões de habitantes, dos quais 36,6% vivem abaixo da linha da pobreza. Doenças como malária, febre amarela e diarreia são os maiores desafios sanitários do país. Contudo, segundo ele, mesmo com diversos problemas a serem superados, os agentes têm conseguido aproximar a população do sistema público de saúde.

Camila Giugliani, cuja pesquisa de doutorado, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi sobre a implantação do programa de saúde comunitária em Angola, afirmou que os agentes aumentaram a procura da população pelo sistema público de saúde. "Isso, por um lado, é positivo. Mas, por outro, mostrou que a capacidade de resposta do sistema ainda estava aquém do esperado', concluiu.

Imagem: O casal Carlile e Miria Lavor agradece pelo livro que narra sua trajetóriaO assessor da Fiocruz Brasília e ex-ministro da Saúde, José Agenor Álvares, também compôs a mesa do Seminário. "Este é o momento de reafirmar que o Estado é responsável pelos serviços de saúde no País", defendeu. Ele destacou a luta dos sanitaristas Carlile e Miria Lavor por um sistema público de saúde de qualidade e afirmou que esta coragem é hoje exigida de todos.

LANÇAMENTO DE LIVRO – Coautor do livro sobre os sanitaristas, juntamente a Janete de Castro, o coordenador do Núcleo de Estudos em Bioética e Diplomacia em Saúde (Nethis) e ex-assessor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), José Paranaguá de Santana, falou da dificuldade e do prazer de produzir a obra, que levou 14 anos para ser concluída. "É uma trilogia que conta a visão dos agentes de saúde que começaram em Planaltina e vieram ser sanitaristas em Jucás, aqui no Ceará, para construir o programa de agente de saúde no Estado", explicou, referindo-se ao casal homenageado.

Carlile e Miria Lavor agradeceram, emocionados, aos autores do livro e falaram sobre a experiência de trabalhar na saúde pública no Ceará. "O sertanejo acredita que as crises passam e que a gente deve esperar sempre coisa melhor pela frente. Essa esperança deve nos mover", disse Carlile. O livro Os sanitaristas de Jucás e o agente de saúde está disponível em versão virtual e em breve deverá ser lançado em versão impressa.

O I Seminário Desenvolvimento, Desigualdade e Cooperação Internacional em Saúde foi realizado pelo Nethis, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Brasília. Contou ainda com o patrocínio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Fonte: Cecília Lopes, Nethis/Fiocruz Brasília – fones: 61 3229 4662 e 61 98226 4554

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