LABOMAR e SEMA avançam no plano de manejo do Parque Marinho da Pedra da Risca do Meio
- Sexta, 09 Agosto 2019 16:13
Após a série de expedições oceanográficas com o Argo Equatorial, barco de pesquisa do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará, realizadas em julho no Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio, relatório com dados do diagnóstico feito naquela importante unidade de conservação (UC) será apresentado no próximo dia 26, às 9h, no LABOMAR (Av. Abolição, 3207, Meireles). O diagnóstico vai embasar a elaboração do plano de manejo do parque, localizado a cerca de 10 milhas náuticas (18 quilômetros) do Porto do Mucuripe, em Fortaleza.
A informação foi dada pelo Prof. Marcelo Soares, docente do LABOMAR e coordenador do plano. Ele, juntamente com a diretora daquele laboratório, Profª Ozilea Menezes, e o titular da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) do Governo do Estado (SEMA), Artur Bruno, concederam entrevista coletiva à imprensa, na manhã desta sexta-feira (9), no Iate Clube de Fortaleza, e comemoraram a realização de mais uma etapa do trabalho rumo à elaboração do plano de manejo.
Na ocasião, profissionais da imprensa tiveram a oportunidade de visitar o Argo Equatorial e acompanhar demonstração da equipe de mergulhadores do LABOMAR que participa das atividades naquele parque marinho. Também compareceram ao Iate Clube a vice-diretora do LABOMAR, Profª Lidriana Pinheiro; a gestora do Parque Estadual Marinho, Izaura Lila, da SEMA, e pesquisadores, alunos e técnicos envolvidos na criação do plano.
Veja fotos do evento no Flickr da UFC
A elaboração do plano de manejo faz parte do Contrato de Prestação de Serviços de Consultoria Técnica, firmado entre o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO); a UFC, através da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC) e do LABOMAR; e a SEMA, no âmbito do projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF Mar). Os recursos para bancar a iniciativa são da ordem de R$ 2 milhões e até o final do ano o plano será concluído, permitindo ações concretas para conservação e uso sustentável do parque, única UC marinha do Sistema Estadual de Unidades de Conservação.
POTENCIAL – O Prof. Marcelo Soares informou que a expedição em julho com o barco Argo Equatorial levou equipe multidisciplinar para atividades tanto no barco como submarinas que incluíram levantamentos físicos (qualidade da água na área, temperatura, salinidade e nutrientes), biológicos (diversidade de peixes, tartarugas, arraias, corais, algas), químicos (presença ou não de contaminantes e produtos como microplásticos). Além disso, em terra, já foram entrevistados mais de 80 pescadores e pelo menos 100 mergulhadores que já conhecem aquela área do parque há muitos anos e podem contribuir com muitas informações para o plano de manejo.
Esses dados estão sendo analisados nos diversos laboratórios do LABOMAR para integrarem o relatório a ser divulgado. Ele antecipa algumas informações como constatação da presença de esponjas com substâncias de interesse farmacológico. Além disso, as diversas espécies marinhas no local são um bioindicador de que a qualidade da água ali é boa, e o parque, como berçário de diversas espécies de peixes, inclui até tubarão considerado em risco de extinção.
"O plano de manejo vai ser um instrumento de desenvolvimento social, econômico e ambiental", destaca a Profª Ozilea Menezes. Ela comentou sobre a importância de a sociedade saber o potencial do parque tanto no contexto da Economia Verde (atividades econômicas em geral com foco na sustentabilidade) como da Economia Azul (atividades econômicas sustentáveis ligadas especificamente ao mar).
EDUCAÇÃO AMBIENTAL – O secretário Artur Bruno relembrou que o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio existe oficialmente há 22 anos, mas não havia ações concretas para sua preservação. Para ele, isso começa a se tornar realidade com a presente parceria e consequente elaboração do plano de manejo sustentável daquele parque.
A SEMA está com muitas propostas que vão fazer o parque, que é submerso, gerar o sentimento de pertencimento para a comunidade em geral. Segundo o secretário, a ideia é implantar uma sede em terra, no calçadão da Av. Beira Mar, em local ainda a ser definido com a Prefeitura de Fortaleza, com recursos audiovisuais, por exemplo, que possibilitarão visitas virtuais ao parque e diversas atividades de educação ambiental.
Saiba mais no Instagram do Projeto.
Fontes: Marcelo de Oliveira Soares, professor do LABOMAR e coordenador do Plano de Manejo – fone: (85) 3366 7010; Profª Ozilea Menezes, diretora do LABOMAR – fone: (85) 3366 7000