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Projeto Escola da Terra forma professores para unidades no campo, quilombolas e indígenas

A presença da Universidade Federal do Ceará no interior cearense se amplia para além dos municípios onde existem campi da Instituição, através do projeto de extensão Escola da Terra - Formação de Professores de Escolas Multisseriadas do Campo, Quilombolas e Indígenas. Vinculado à Faculdade de Educação (FACED), o projeto já beneficiou aproximadamente 2.000 profissionais da educação, abrangendo 30 municípios cearenses, no período de 2014 a 2021.

Com ações de ensino, pesquisa e extensão, o projeto é realizado numa parceria entre a UFC, Ministério da Educação (MEC), Secretaria da Educação do Estado (SEDUC) e secretarias municipais de Educação. Dele participam professores e alunos da FACED, tanto do curso de Pedagogia como da Pós-Graduação em Educação.

Imagem: O projeto Escola da Terra já beneficiou 2.000 profissionais da educação de 30 municípios cearenses no período de 2014 a 2021 (Foto: Arquivo da Escola da Terra-CE).

A coordenadora do projeto de extensão Escola da Terra, Profª Clarice Zientarski, informa que este ano está sendo realizada a quarta edição, desta vez de forma remota por conta da pandemia. Participam 300 cursistas de 11 municípios (Caucaia, Aquiraz, Maracanaú, Pacatuba, Itarema, Acaraú, Itapipoca, Boa Viagem, Monsenhor Tabosa, Tamboril e Novo Oriente).

Com duração total de 180 horas, a formação se divide em seis módulos. Os cinco primeiros envolvendo professores da UFC e tutores municipais, e o sexto, realizado em forma de seminário, quando os cursistas fazem apresentações de trabalhos de conclusão de curso, troca de experiências, palestras e mesas- redondas referentes à educação do campo. Esse último módulo se constituirá no IV Encontro Escola da Terra Ceará.

FORMAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO – Entre as diversas atividades do projeto, a coordenadora pontua que, desde 2014, a iniciativa já ofertou três cursos de formação continuada; realizou três seminários - os Encontros Escola da Terra Ceará, e publicou dois livros sobre formação continuada de professores do campo. Além disso, a Profª Clarice Zientarski ressalta que o projeto ofereceu "apoio para a produção de material didático para as escolas e aquisição de livros para os cursistas, para a biblioteca itinerante e para o acervo da Escola da Terra". Diz que a ação colaborou também para a construção de um banco de dados com perfil dos cursistas e dados gerais da educação do campo no Estado do Ceará.

A ação formadora e transformadora da Escola da Terra pode ser observada pelos conhecimentos e assistência proporcionados às comunidades. Neste sentido, a coordenadora destaca os seguintes pontos: "conhecimento da realidade do grupo social atendido e da comunidade na qual a ação foi implementada; fornecimento de subsídios para o aprimoramento curricular e criação de ações, de forma coletiva, interventoras na comunidade – como a criação de hortas, criação de farmácia fitoterápica, farmácia escolar, criação de jornal escolar, formação pedagógica, formação política e formação acadêmica, além de ações de valorização da cultura local (apresentação de artes, elaboração de trabalhos escritos, confecção de painéis e apresentação de trabalhos)".

Para 2022, a Escola da Terra planeja a realização da Pós-Graduação em Educação do Campo e Pedagogia Histórica Crítica, anuncia a Profª Clarice. De acordo com ela, "a Escola da Terra se apresenta como uma construção constante, ao realizar suas atividades extensionistas, de ensino e pesquisa, ela constrói caminhos que ampliam a atuação da Universidade. Neste prisma, como espaço privilegiado de interação socioinstitucional, de difusão e construção de novos conhecimentos, a Escola da Terra articula um processo educativo, cultural e político em múltiplas dimensões, a partir de suas atividades".

A coordenadora pedagógica do projeto, Fernanda Nascimento, avalia a Escola da Terra como uma experiência rica de aprendizagem para todos os envolvidos, com o desafio das classes multisseriadas, nas quais um só professor atende alunos do ensino fundamental de diferentes séries, idades e níveis de conhecimento.

Ela conta que, desde sua entrada na Universidade, "buscava um espaço que fosse além dos ‘muros’ e que de alguma forma contribuísse com a redução das desigualdades sociais do nosso País". Através da Escola da Terra, Fernanda considera que está sendo possível "proporcionar uma formação de qualidade para professores que são esquecidos nos projetos de formação".

Fernanda acredita que as classes multisseriadas "são uma possibilidade e com investimento em estrutura e qualificação profissional elas trazem ganhos para a aprendizagem dos alunos. Vários lugares no mundo têm demonstrado a riqueza da diversidade para a aprendizagem".

EXTENSÃO ESTRATÉGICA – A pró-reitora de Extensão, Profª Elizabeth Daher, considera a Escola da Terra "uma ação de extensão de alta relevância que propicia uma troca de conhecimentos aos docentes e discentes da UFC, além de possibilitar à sociedade um processo de capacitação que irá impactar a vida profissional dos participantes e a qualidade da formação dos seus alunos, que posteriormente chegarão à UFC em um ciclo de formação contínua".

Segundo a Profª Elizabeth, as parcerias da UFC com o MEC e instituições estaduais e municipais viabilizam "o transbordar do conhecimento acadêmico e contribuem para a execução do Planejamento Estratégico da Extensão Universitária da UFC". Ela espera para os próximos anos "manter e expandir o número de parcerias com outros municípios cearenses, disseminando o conhecimento acadêmico, propiciando a aprendizagem dos nossos alunos e professores, por tão bem expressar a Política Nacional de Extensão Universitária, ao viabilizar um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre universidade e outros setores da sociedade de forma dialógica".

Fonte: Profª Clarice Zientarski, coordenadora do projeto de extensão Escola da Terra – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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