Sancionada lei que cria programa de bolsas para startups em Russas; UFC é parceira da iniciativa
- Quinta, 03 Março 2022 18:03
Foi sancionada nesta quinta-feira (3), em solenidade realizada no Campus da Universidade Federal do Ceará em Russas, a lei municipal nº 1.985/2022, que cria o programa Bolsa Startup Russas ‒ fruto de uma parceria entre a UFC, a Prefeitura e a Câmara Municipal de Russas. O objetivo é auxiliar empresas de base tecnológica inovadora, oriundas da Universidade, que visam desenvolver ou aprimorar um novo produto ou processo. Três startups criadas por estudantes da UFC e selecionadas pela Instituição são as primeiras beneficiadas.
Trata-se do primeiro desdobramento do protocolo de intenções assinado em novembro de 2021 pelo reitor Cândido Albuquerque e o prefeito de Russas, Sávio Gurgel. O protocolo orienta a colaboração mútua entre Universidade, poder público e setor produtivo, com efeitos na atração de investimentos, instalação de empresas de base tecnológica e elaboração de políticas públicas.
De acordo com a lei sancionada ontem, a Prefeitura de Russas fica autorizada a conceder auxílio financeiro a startups cuja proposta tenha sido aprovada em edital de seleção realizada pelo Parque Tecnológico (PARTEC) da UFC. A primeira edição do programa ofertará oito bolsas no valor de R$ 600,00 mensais durante 24 meses. A execução será feita pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município e pela coordenação do PARTEC no Campus de Russas.
PARCERIAS E DESENVOLVIMENTO ‒ O prefeito Sávio Gurgel classificou a medida como um “projeto fundamental” que resultou em uma “grandiosa lei para o desenvolvimento do município”. Ele destacou o potencial das parcerias, principalmente com a UFC, e disse que este é o primeiro de outros trabalhos em conjunto que deverão ser efetivados ao longo dos próximos anos na região do Vale do Jaguaribe.
Representando o reitor Cândido Albuquerque, o pró-reitor de Relações Internacionais e Desenvolvimento Institucional da UFC, Prof. Augusto Albuquerque, reiterou a importância da cooperação capaz de “construir pontes” entre diferentes instituições. “É por meio da ciência e da tecnologia, fundamentais para a produtividade das empresas, que a Universidade poderá servir ainda mais à sociedade”, disse o pró-reitor, acrescentando que a lei sancionada pode ser “a semente de uma grande transformação que está começando no Ceará”.
POLO TECNOLÓGICO ‒ O diretor do Campus de Russas, Prof. Lindberg Gonçalves, disse que a lei de incentivo às startups pode tornar o município de Russas “um grande polo industrial de alta tecnologia”. Na avaliação do diretor, as universidades devem cada vez mais se aproximar do setor produtivo e participar mais ativamente do ecossistema econômico, a fim de corrigir assimetrias sociais. O Prof. Dmontier Aragão, coordenador do Curso de Engenharia de Produção do Campus de Russas e incentivador das startups na unidade, salientou a relevância e o impacto do trabalho realizado pelos estudantes do campus. “O que eles estão fazendo é transformar sua própria realidade e a realidade do lugar onde vivem.”
O deputado estadual Salmito Filho parabenizou as instituições envolvidas no projeto que resultou na nova lei e disse que fará articulações no sentido de estimular outros municípios a adotarem iniciativas semelhantes. “Precisamos incentivar a boa parceria do poder público com as universidades e o setor produtivo. [...] Esse bom exemplo tem que ser conhecido e adequado a outros municípios”, pontuou.
Também participaram da solenidade a secretária de Planejamento de Russas e primeira-dama do município, Adryana Santiago; o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Agronegócio e Comércio, Ari Célio Mendes; o articulador regional do SEBRAE, Alcides Ferreira, e o diretor-presidente do PARTEC/UFC, Prof. Fernando Nunes, e o coordenador de Extensão do Campus de Russas, Prof. Esequiel Mesquita, entre outras autoridades.
STARTUPS ‒ A solenidade contou ainda com a apresentação dos projetos das três primeiras startups beneficiadas pelo programa Bolsa Startup Russas. A primeira foi a Medusa’s Eyes, que desenvolveu uma metodologia que torna mais rápida a análise do clínquer ‒ material granular e rígido que é um dos principais componentes do cimento. O estudante Bruno Rebouças, um dos integrantes do grupo, disse que a solução criada utiliza algoritmos de visão computacional e inteligência artificial. “Atualmente a microscopia do clínquer dura um dia; com essa nova técnica ela pode durar apenas uma hora”, explicou.
Em seguida foi a vez do estudante Lucas Veríssimo, que apresentou a Governança Inteligente Municipal (GIM). O objetivo da startup é utilizar análise de grandes quantidades de dados para que gestores possam desenvolver planejamentos estratégicos mais eficientes, além de acompanhar o andamento das ações municipais. “Queremos oferecer uma possibilidade de gestão com resultados e fundamentada em dados”, disse Veríssimo. Para isso, a empresa dispõe de uma plataforma on-line que utiliza tratamento de big data com inteligência artificial para disponibilizar um panorama estratégico do trabalho das prefeituras.
Por fim, Jéssica Carvalho, recém-egressa do campus, apresentou a Ecoleta, que utiliza como biomassa o talo da carnaúba ‒ árvore abundante no Vale do Jaguaribe. A ideia é que o talo, geralmente rejeitado, sirva de combustível para indústrias da região, reduzindo a dependência ao petróleo por parte das empresas. “Somos uma startup que conecta produtores de biomassa a empresas que desejam substituir o combustível fóssil por combustível sustentável”, frisou Jéssica, destacando os benefícios sociais, ambientais e econômicos do projeto.
Fonte: Pró-Reitoria de Relações Internacionais e Desenvolvimento Institucional ‒ e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.