Educar para incluir: Faculdade de Educação da UFC promove cursos de formação de professores com foco na educação inclusiva
- Segunda, 01 Setembro 2025 13:31
- Escrito por UFC Informa
A educação é um direito fundamental. Para garantir esse direito a crianças e adolescentes com deficiência, é preciso ir além da superação de barreiras físicas e materiais: é essencial que professores tenham conhecimentos e práticas pedagógicas inclusivas, que atendam às diferentes necessidades dos estudantes.
Para contribuir com esse cenário, a Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Ceará (UFC) promove cursos de formação continuada de professores e professoras da rede básica de ensino do Ceará com foco na educação inclusiva.
Os cursos são ofertados a partir de uma parceria interinstitucional entre Ministério da Educação (MEC) e Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (Renafor). No Ceará, a UFC é responsável por coordenar o Centro de Formação Continuada e em Serviço, com o objetivo de expandir e consolidar a formação continuada de educadores nas redes públicas de ensino.
Confira como foi o lançamento do Centro de Formação Continuada e em Serviço, ocorrido em junho, na UFC:
Professora da Faced e coordenadora do centro de formação continuada, Geny Lustosa aponta que a participação da UFC nos cursos une a expertise dos docentes da Faculdade de Educação como formadores de professores com a atuação deles na pesquisa e na extensão. “Essa atuação das universidades com formação continuada fortalece cada vez mais a UFC e a Faculdade de Educação em sua função socialmente referenciada”, observa, lembrando que as formações também possuem parceria com as secretarias de Educação do Estado do Ceará e de alguns municípios cearenses.
Neste ano, quatro cursos estão sendo realizados no Ceará com foco em práticas pedagógicas para educação especial inclusiva: Organização da Ação Docente para Atenção Precoce à Infância, e Ação Docente na Perspectiva da Teoria Histórico-Cultural, coordenados pela Faculdade de Educação da UFC, com 800 inscritos cada um; e Educação Inclusiva: Formando Professores para a Neurodiversidade, e Formação Continuada para Professores numa Perspectiva Inclusiva, organizados pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), com 1 mil vagas cada um.
As formações ocorrem nas modalidades de ensino a distância ou semipresencial, com carga horária de 180 horas, em parceria com as secretarias de educação municipais, que atuam na mobilização e, em alguns casos, na inscrição dos participantes. Nos encontros, são debatidas questões sobre como atuar na inclusão das crianças com deficiência na sala de aula regular. “É super importante a formação para o nosso estado em virtude de que nós vamos trabalhar, refletir e pensar estratégias pedagógicas para atenção às diferenças, para trabalhar com a diversidade que existe na sala de aula, que existe no cotidiano da escola”, destaca Robéria Gomes, docente da Faced e coordenadora do curso de Ação Docente na Perspectiva da Teoria Histórico-Cultural.
Além da mudança na prática pedagógica, as formações também rendem frutos acadêmicos. Exemplo disso é o livro Práticas pedagógicas para educação especial inclusiva: ação docente na perspectiva da teoria histórico-cultural, também disponível gratuitamente no formato e-book, que apresenta teorias e relatos de experiências da formação realizada em 2024. “Esse livro advém dos módulos de estudo, artigos autorais inéditos de todos os professores envolvidos nos módulos da Plataforma Ead/Moodle-MEC/UFC (criada exclusivamente para os cursos), nas lives e nos encontros presenciais do curso”, destaca Geny.
FORMAR PARA GARANTIR DIREITOS - A formação continuada de docentes para o atendimento educacional especializado nas escolas é uma das estratégias previstas para o Brasil alcançar a Meta 4 do Plano Nacional de Educação, que estabelece a universalização do acesso à educação básica e do atendimento educacional especializado a crianças e adolescentes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades.
Alexandre Mapurunga, diretor de Políticas de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, considera as formações continuadas essenciais para garantir que os estudantes tenham as condições de acesso, permanência, participação, aprendizagem e continuidade nos estudos asseguradas.
“[As formações] contribuem para que professores e gestores compreendam a deficiência como parte da diversidade humana, identifiquem e eliminem as barreiras que dificultam o processo educacional e promovam a perspectiva interseccional na implementação das políticas públicas, como estratégia para garantir a atenção integral aos direitos fundamentais”, reforça.
A oferta de cursos de formação continuada vem crescendo nos últimos anos no Brasil a partir da Rede Nacional de Formação Continuada dos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública (Renafor). De acordo com Mapurunga, foram ofertados, entre 2023 e o primeiro semestre de 2025, 237 cursos, com 118.317 matrículas, representando um investimento de aproximadamente R$ 74 milhões. “Esses números superam todo o período de 2014 a 2022, quando foram registradas 64.189 matrículas em 120 cursos. Trata-se de um processo construído em cooperação entre municípios, estados, Distrito Federal e União, reafirmando o compromisso coletivo de consolidar a educação inclusiva, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades de ensino”, conclui.
Fonte: Geny Lustosa, docente da Faced - e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.